Se eu te disser que o câncer de estômago está entre os que mais matam, mais precisamente é o terceiro entre os homens e o quinto entre as mulheres, você ficaria surpreso? Pois é, ele não é muito falado, mas é um dos mais letais, de acordo com avaliação do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Inclusive, 50% dos casos são diagnosticados já sem mais chances de cura. Por essa informação e para conscientizar mais as pessoas, eu decidi falar sobre ele neste artigo. Afinal, câncer de estômago tem cura?
Assim como qualquer outro tipo de câncer, o de estômago tem cura, sim. Entretanto, o diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento. A doença costuma afetar pessoas com mais de 65 anos. Portanto, é incomum em pessoas mais novas, mas pode acontecer, como nos casos do ex-prefeito de São Paulo, Bruno Covas, que morreu em 2021, aos 41 anos, e da ex-jogadora de vôlei, Paula Bogo, falecida em 2023, aos 29 anos.
Nos últimos 10 anos no Brasil, o câncer de estômago teve aumento de mortalidade, chegando a 15 mil mortes por ano. Para se ter uma ciência maior da importância do diagnóstico precoce:
Existem vários tipos de câncer de estômago, sendo os principais:
Os sintomas do câncer de estômago podem variar conforme o estágio da doença. No início, muitos pacientes não apresentam sintomas específicos, o que pode dificultar o diagnóstico precoce. No entanto, alguns sinais comuns incluem:
Diversos fatores podem aumentar o risco de desenvolvimento de câncer de estômago. Entre eles, destacam-se a alimentação e os hábitos de vida. Uma dieta rica em alimentos salgados e processados, como carnes defumadas e conservadas em sal, está associada a um risco aumentado. Assim como o baixo consumo de frutas e vegetais.
O tabagismo é outro fator significativo, pois fumar aumenta consideravelmente a probabilidade de desenvolver câncer de estômago. Além disso, o consumo excessivo de álcool também traz maiores riscos.
Condições médicas específicas também podem influenciar. A infecção por Helicobacter Pylori, uma bactéria que causa úlceras gástricas, está associada a um risco aumentado da doença. Ter uma história familiar de câncer de estômago, especialmente parentes de primeiro grau, também é um outro fator a se destacar.
Outras condições pré-existentes, como gastrite crônica, anemia perniciosa e pólipos gástricos, também podem elevar a probabilidade de desenvolvimento do câncer, assim como fatores genéticos – síndromes hereditárias, como a síndrome de Lynch e a polipose adenomatosa familiar. Essas síndromes resultam de mutações genéticas que podem ser passadas de geração em geração, aumentando a predisposição para a doença. Por fim, como já citado, pessoas com mais de 65 anos são mais propensas ao desenvolvimento do câncer de estômago.
Os métodos de diagnóstico incluem:
O tratamento do câncer de estômago depende do estágio da doença, do estado geral de saúde do paciente e de outros fatores. A cirurgia é frequentemente o tratamento principal para o câncer de estômago. Pode incluir:
Já a quimioterapia utiliza medicamentos para destruir células cancerígenas. Pode ser usada antes da cirurgia (neoadjuvante) para reduzir o tamanho do tumor ou após a cirurgia (adjuvante) para eliminar células remanescentes.
A radioterapia usa raios de alta energia para destruir células cancerígenas. Tem uso frequente em combinação com quimioterapia para tratar câncer de estômago.
Também podemos fazer uso das terapias-alvo. Esses tratamentos utilizam medicamentos que visam proteínas específicas nas células cancerígenas, a exemplo do Trastuzumabe para cânceres que superexpressam HER2, e Ramucirumabe, que inibe a angiogênese.
Por fim, a imunoterapia, que ajuda o sistema imunológico do corpo a combater a doença. Medicamentos como, por exemplo, Pembrolizumabe podem ser usados em certos tipos de câncer de estômago.
A resposta para a pergunta “câncer de estômago tem cura?” é complexa e depende de vários fatores. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são cruciais para aumentar as chances de cura. Além disso, hábitos de vida saudáveis e exames regulares podem ajudar na prevenção e no diagnóstico precoce. Se você ou alguém que você conhece foi diagnosticado com câncer de estômago, é importante conversar com um oncologista para entender as melhores opções de tratamento e as perspectivas individuais. Se precisar de uma consulta, entre em contato pelo site.