Câncer colorretal: riscos, sintomas, tratamento e número de casos crescente

Câncer colorretal

O câncer colorretal, também conhecido como câncer de cólon e reto ou de intestino, apresenta boas chances de cura quando descoberto em seu estágio inicial. A doença teve uma crescente nos últimos anos

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), houve 45.630 casos no Brasil no ano de 2022. O câncer colorretal, diga-se, atinge numa maior escala indivíduos com 50 anos de idade ou mais. 

Entre os homens, ele é o terceiro mais frequente, logo atrás dos cânceres de próstata e pulmão. Nas mulheres só perde para o câncer de mama. O tumor se instala no intestino grosso e reto e se inicia a partir de pólipos (lesões benignas). Quando diagnosticado em seu estágio inicial, as chances de cura podem chegar a 95%.  

O tipo de câncer colorretal mais comum é o adenocarcinoma e em 90% dos casos se origina a partir de um pólipo adenomatoso, que sofre alterações progressivas ao longo dos anos. 

Riscos do câncer colorretal 

Excesso de peso, má alimentação e idade acima dos 50 anos são os três principais pilares para o aparecimento da doença. Há ainda outros fatores de risco para o câncer:

  • Alto consumo de carnes processadas, como salsicha, bacon, presunto, salame e peito de peru; 
  • Ingestão em excesso de carne vermelha (acima de 500g por semana) *; 
  • Ausência na alimentação de frutas, grãos, sementes, vegetais e outros alimentos ricos em fibras;
  • Tabagismo;
  • Sedentarismo;
  • Consumo de bebidas alcóolicas; 
  • Histórico familiar de câncer de intestino; 
  • Histórico pessoal de cânceres de intestino, ovário, útero ou mama; 
  • Doenças inflamatórias do intestino, a exemplo de etocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn;
  • Doenças hereditárias, como polipose adenomatosa familiar (FAP) e câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC);
  • Exposição à radiação ionizante.

*Estudos realizados no Reino Unido indicaram que o consumo ideal de carne vermelha por dia seja abaixo ou na casa de 70 gramas.

Sintomas 

Alguns dos sintomas do câncer colorretal podem ser confundidos com outras doenças como, por exemplo, hemorroidas, síndrome do intestino irritável, úlcera gástrica e verminose – muitas das vezes não é câncer (!). Portanto, é de suma importância ter acompanhamento de um especialista para se obter o diagnóstico correto. 

Alguns indicativos mais frequentes relacionados à doença são: sangue nas fezes, dores ou desconforto abdominal (como cólicas ou gases), anemia, fraqueza, alteração nas fezes (finas e/ou compridas, também pastosas e de cor escura), alteração do hábito intestinal (diarreia ou constipação), vômitos, sensação dolorida na região anal, e perda de peso sem motivo específico.

Em muitos casos os primeiros sinais estão ligados à diminuição dos glóbulos vermelhos no sangue. 

Diagnóstico e tratamento 

A principal forma de prevenção do câncer colorretal, importante ressaltar, é por meio do rastreamento por exames como o de colonoscopia, que oferece a possibilidade de retirada dos pólipos antes mesmo deles se transformarem em câncer. 

O seu diagnóstico é feito por biópsia, na qual se retira um fragmento da região onde se encontra a lesão suspeita. O processo é feito pelo endoscópio, que é introduzido pelo reto. 

No tratamento, que vai depender sempre do tamanho, extensão e localização do tumor, a cirurgia é a primeira opção. Retira-se a parte afetada do intestino, além dos nódulos linfáticos próximos à região. 

Após o procedimento, inicia-se a radioterapia que pode ser ou não associada à quimioterapia. Esses meios são utilizados para que haja uma menor possibilidade de recidiva do tumor. Em cenários em que há metástase para outros órgãos, a chance de cura diminui.

O que explica o aumento dos casos de câncer colorretal?

Segundo dados do Inca, o Brasil vai registrar 44 mil novos casos da doença por ano no próximo triênio (entre 2023 e 2025). Desse total, 23.660 devem ser entre mulheres, enquanto que 21.970 em homens, com predominância nas regiões Sudeste e Sul (70%). 

A Organização Mundial da Saúde relatou que nos próximos 20 anos o número de casos deve subir para mais de 63%. Recentemente, celebridades como Pelé, Roberto Dinamite, Preta Gil e Simony tiveram a constatação da doença. 

Como já mencionado, o fator alimentação tem forte impacto para o desenvolvimento do câncer colorretal, assim como excesso de peso e idade acima dos 50 anos.

O desenvolvimento dos países é um aliado a esse aumento substancial dos casos. Isso porque cada vez mais as pessoas consomem alimentos industrializados. Na contramão, o consumo de fibras se torna importante, pois ela faz o processo de varredura no cólon, além de regular o funcionamento do intestino. 

O Inca recomenda o consumo diário de fibras entre 25g e 30g para um adulto saudável. 

Por fim, manter a saúde em dia, portanto, é fundamental. O câncer colorretal, portanto,  é totalmente evitável mediante uma vida regrada e ativa. Caso necessite de uma consulta com um especialista, agende seu horário conosco.