De acordo com números do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de esôfago é o oitavo mais frequente no mundo – no Brasil é o sexto entre os homens e o 15º entre as mulheres. Sua ocorrência é duas vezes maior no sexo masculino. No ano de 2022, o país registrou 10.990 casos, sendo 8.200 homens e 2.790 mulheres.
O tipo denominado carcinoma epidermoide escamoso é responsável por 96% dos casos, enquanto que o adenocarcinoma vem numa crescente nos últimos anos e é mais frequente em pessoas brancas do que negras.
Por conta dos diversos gânglios linfáticos (pequenos nódulos espalhados pelo nosso corpo que filtram substâncias nocivas) que ficam próximos ao esôfago, a disseminação do câncer esse órgão, faz com que a cura se torne mais complexa e difícil.
Alguns fatores de risco estão relacionados à doença. Apesar de representar apenas 2% da totalidade de tumores malignos, o câncer de esôfago tem rápido desenvolvimento, sendo disseminado para outros órgãos já em seu diagnóstico. Atente-se, portanto ao:
A obesidade, por exemplo, pode ocasionar refluxo gastroesofagiano (DRGE), que é um importante fator de risco para o desenvolvimento do câncer. Além disso, histórico pessoal de câncer de cabeça, pescoço ou pulmão também é um agravo.
Carcinoma epidermoide escamoso e adenocarcinoma são os tipos mais frequentes da doença. O primeiro era o mais comum, sendo mais associado ao tabagismo e ao álcool.
Já o segundo vem numa crescente de registros nos últimos anos. Tem relação com a obesidade, tabagismo, esofagite de refluxo crônica e estômago de Barret.
Os outros tipos de câncer de esôfago – como sarcoma, linfoma e adenoides-císticos – correspondem a somente 5% dos casos.
No seu estágio inicial, o câncer de esôfago é assintomático. Com o avanço da doença sintomas podem surgir, como a dificuldade em engolir, que em sua maioria é sinal de que o câncer está num estágio avançado. A disfagia torna-se complexa até no consumo de alimentos pastosos e líquidos. Relacionado a isso está a perda de peso que pode chegar a até 10% podendo ocasionar anemia e desidratação.
Dores no osso do meio do peito (retroesternal), dor torácica, dor epigástrica (parte alta do abdômen), náuseas, vômitos e falta de apetite também podem estar atreladas à doença.
A detecção precoce é fundamental para maior chance de tratamento. São feitos exames clínicos, laboratoriais, radiológicos ou endoscópicos.
Tratando-se do câncer de esôfago, muitas vezes o diagnóstico é tardio por conta dos sintomas que demoram a se manifestar. Paralelamente a isso, o tumor já se encontra em um tamanho maior.
A questão do tratamento vai depender da condição do indivíduo e o estágio da doença, podendo ser realizada a cirurgia, radioterapia e quimioterapia de forma combinada ou mesmo isolada:
A doença em seu quadro bem inicial pode ser tratada por ressecção local no momento da endoscopia, não necessitando de cirurgia formal. Quando um pouco mais avançada, mas ainda localizada, o tratamento é com radioterapia e quimioterapia, seguida ou não de cirurgia.
Há cenários metastáticos – sem chance de cura – em que o tratamento, portanto, torna-se paliativo com recursos sendo usados para auxiliar a alimentação do paciente, como a dilatação endoscópica do esôfago, implante de próteses autoexpansíveis que têm como objetivo evitar o estreitamento do órgão, ou radioterapia.
Importante ressaltar que os sintomas não são necessariamente por conta do câncer de esôfago, mas, de qualquer modo, é primordial ter acompanhamento de um especialista. Agende uma consulta com o seu médico.