Câncer de fígado é agressivo em 80% dos casos: entenda mais sobre a doença

Câncer de fígado

Existem dois tipos de câncer de fígado: primário, que se inicia no próprio órgão, e o secundário, que tem sua origem em outras áreas do corpo, mais frequentemente no intestino grosso ou reto (metástases)


O fígado é a maior glândula do organismo e é responsável, entre outras funções, por armazenar glicose e determinadas vitaminas, produzir proteínas, metabolizar o colesterol, fazer a secreção da bile, converter amônia em ureia e filtrar micro-organismos.

O hepatocarcinoma ou carcinoma hepatocelular é o mais comum dentre os cânceres de fígado que se iniciam no próprio órgão – ocorre em mais de 80% dos casos. Existem mais três tipos:

  • Colangiocarcinoma: câncer nas vias bilares – corresponde entre 5% e 30% dos carcinomas hepáticos, além de um em cada 10 tumores malignos;
  • Angiossarcoma: tem origem nas células endoteliais vasculares ou linfáticas – representa em média 2% dos sarcomas de partes moles;
  • Hepatoblastoma: tipo raro que acomete crianças e recém-nascidos nos primeiros anos de vida.

Dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer) registraram 10.700 casos em 2022, sendo 6.390 homens e 4.310 mulheres.

Fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de fígado


Os principais fatores de risco para o câncer de fígado primário são a cirrose e infecções crônicas causadas pelos vírus das hepatites B e C – cerca de 50% desses casos correspondem ao tipo hepatocarcinoma.

Outras condições também são favoráveis para o aparecimento da doença. Podemos citar a obesidade, doenças metabólicas, lesões pré-malignas, diabetes, uso de esteroides anabolizantes, exposição a arsênio, cloreto de vinila, solventes, dióxido de tório, fumos de solda e bifenilpoliclorado, exposição e alimentos que contenham aflatoxina (substância encontrada em, especialmente, milho, amendoim e mandioca, quando não armazenados em condições não adequadas).

Quais os sintomas?

Seu início geralmente é assintomático. Posteriormente, os sinais costumam ser: palidez, febre, fezes esbranquiçadas, cansaço, fraqueza, náuseas, vômitos, perda de peso sem motivo específico, falta de apetite, dor abdominal, massa abdominal, distensão abdominal, baço aumentado, veias da barriga dilatadas e visíveis através da pele, hemorragias, icterícia (coloração amarela da pele e olhos) e ascite (acúmulo de líquido que contém proteína dentro do abdômen).

Na maioria das vezes, entretanto, esses sintomas não são pelo câncer em si, mas por fatores de risco relacionados. Para investigação, procure por um especialista.

Como prevenir?

Como falado antes, dentre os principais fatores de risco estão a cirrose e a infecção por vírus da hepatite B e C. Então, tome as vacinas contra a hepatite B, use preservativo em todas as suas relações sexuais, não compartilhe seringas, evite o uso em excesso de álcool e não se automedique (remédios em grandes quantidades podem ocasionar danos irreversíveis ao órgão). 

Outra causa comum de cirrose é a esteatose hepática, que está relacionada à obesidade bem como o diabetes. Então, controle seu peso, faça exercício e mantenha uma dieta equilibrada .

Como é o diagnóstico?

O diagnóstico precoce favorece o tratamento do câncer de fígado, assim como qualquer outro. O exame de imagem muitas vezes direciona o diagnóstico. A imagem na tomografia computadorizada e na ressonância é altamente sugestiva. Com a alfafetoproteína (proteína que é liberada pela grande maioria dos tumores hepáticos malignos) no sangue aumentada, podemos começar o tratamento. No entanto, em caso de dúvida diagnóstica, pode ser necessária a biópsia (retirada de um pedaço da lesão para avaliação). 

Por conta de o início da doença ser assintomático, o diagnóstico pode ser feito com o tumor já em um estágio avançado – o tempo de duplicação do volume de massa é de quatro meses, em média.

Como é o tratamento?

As opções de tratamento vão depender de fatores como estágio da doença, idade do paciente e condições de suas funções hepáticas.

A indicação de cirurgia é quando o tumor é pequeno em sua extensão e a função do fígado se mantém preservada. Em casos um pouco mais avançados da doença, há a possibilidade de transplante, criocirurgia (quando as células malignas são congeladas), radiofrequência (a temperatura do tumor é aumentada), quimioembolização (aplica-se microesferas que contam com agentes quimioterápicos) e radioterapia (impede o aumento das células do tumor).

Quando a doença está ainda mais avançada, fazemos o tratamento sistêmico, que pode incluir imunoterapia, anticorpos que impedem o crescimento vascular e terapia alvo. A quimioterapia não parece funcionar nos hepatocarcinoma.

Você tem algum sintoma relacionado ao câncer de fígado? Por fim, antes de qualquer conclusão, agende uma consulta com especialista. Estamos aqui para lhe auxiliar!