Câncer de pâncreas: Doença, que geralmente não conta com sintomas em seu estágio inicial, tem apenas 12% dos diagnósticos sem metástase
Você sabia que a maior parte dos casos de câncer de pâncreas são diagnosticados com metástase? O tipo mais comum, responsável por 95% do total, é o adenocarcinoma. A idade média para a doença é de 70 anos, mas um estudo populacional demonstrou que mulheres jovens estão tendo cada vez mais tendência de aumento e de incidência para o problema. Confira mais com a leitura deste artigo:
Um estudo realizado pelo Programa Nacional de Registros de Câncer do CDC (NPCR) e NCHS (Centro Nacional de Estatística em Saúde nos Estados Unidos) – entre janeiro de 2001 e dezembro de 2018 – teve como objetivo avaliar o tipo de tumor na população mais jovem, além de especificar por sexo o impacto da mortalidade do câncer de pâncreas.
Houve análise de dois grupos. Um com mais de 55 anos e outro com menos de 55 anos, com este sendo avaliado com base nas características do tumor, demografia e mortalidade. No total, observou-se 454.611 pacientes – de ambos os sexos.
Do número geral, 53.051 eram adultos jovens, sendo 42,9% mulheres. Observou-se um aumento da taxa de incidência por idade nas mulheres que apresentaram alteração percentual média anual de 2,36% versus 0,62% em homens, com diferença de 1,74% (p < 0,001).
Esse estudo reforça o que já foi apontado em pesquisas anteriores – e ainda com maior impacto por conta de maior amostra. Mas a ressalva que fica é de que existem limitações, pois não limita a identificação dos fatores de risco que estão associados a esse aumento da incidência em mulheres mais jovens – acredita-se que a obesidade e o diabetes possam estar relacionados.
Esse tipo de câncer de pâncreas afeta especificamente as mulheres, geralmente jovens. Ele se assemelha ao câncer mucinoso que afeta os ovários e ambos se originam em células germinativas embrionárias, que migram para os órgãos reprodutivos e podem se espalhar em outros órgãos podendo trazer risco de tumor antes dos 30 anos.
Representam 3% dos cânceres de ovários e pâncreas e, portanto, são raros. Normalmente o tratamento é por cirurgia, com chances de remoção por completo. Entretanto, em 15% dos casos há a quebra do cisto antes do procedimento cirúrgico fazendo com que as células cancerígenas se espalhem no peritônio ocasionando metástase que são altamente resistentes à quimioterapia. Nessas situações o prognóstico de sobrevida dos pacientes não excede um ano.
De acordo com informações do Inca (Instituto Nacional de Câncer), o câncer de pâncreas é responsável por 5% do total de mortes causadas por todos os tipos de cânceres. Em se tratando de diagnósticos o número é de 1%. Em 2022, foram 10.980 casos no Brasil – 5.690 mulheres e 5.290 homens.
Não existem muitas pesquisas sobre a doença porque ela é de baixa incidência e a sobrevida do paciente, de um modo geral, é bastante curta. Ela é agressiva pelo fato de sua iniciação e evolução serem bem inferiores aos outros tipos de câncer. Até mesmo tumores pequenos podem ser metastáticos.
O tipo adenocarcinoma é o mais agressivo e mais comum e possui algumas variáveis – o carcinoma adenoescamoso, o carcinoma acinar, o de células em anel de sinete, o de células claras e o carcinoma mucinoso.
Existem dois grupos de fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de pâncreas: o hereditário e o não hereditário. O primeiro corresponde apenas entre 10% e 15% dos casos. Alguns precedentes de cada um, são:
O sintoma que merece destaque é o diabetes, que pode ser tanto um fator de risco para o câncer de pâncreas, como uma manifestação clínica que pode anteceder a doença. Outros sinais que podem surgir, mas que não necessariamente pode ter relação com o problema, são: perda de peso e de apetite, fraqueza, dor abdominal, urina escurecida (cor de chá preto), olhos e pele com tom amarelado (icterícia), dores nas costas e náuseas.
A cirurgia é a única alternativa possível que possibilita cura ao paciente. Entretanto, acontece na minoria dos casos por conta da maioria dos diagnósticos serem feitos em estágio avançado.
Por fim, tudo vai depender da avaliação clínica do paciente e dos exames laboratoriais e de estadiamento. A quimioterapia e a radioterapia são alternativas para minimizar os efeitos do câncer de pâncreas. Em caso de dúvidas ou necessidade de consulta, agende agora mesmo com hora marcada!