Iniciado em 1990, pela Fundação Susan G. Komen for the Cure, o Outubro Rosa é um movimento internacional de conscientização para o controle do câncer de mama. No Brasil, em 2018, foi criada a Lei 13.733 para elucidar a população sobre a doença. No décimo mês do ano devem ser desenvolvidas, dentre outras, as seguintes atividades:
I – Iluminação de prédios públicos com luzes de cor rosa;
II – promoção de palestras, eventos e atividades educativas;
III – veiculação de campanhas de mídia e disponibilização à população de informações em banners, em folders e em outros materiais ilustrativos e exemplificativos sobre a prevenção ao câncer, que contemplem a generalidade do tema.
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) participa desse movimento desde 2010 com promoção de eventos técnicos, debates, apresentações sobre o tema, produção de material e outros recursos educativos.
A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) comprovou por meio de um estudo, publicado no International Journal Public Health (IJPH), que houve um aumento de cerca de 26% nos casos de câncer de mama mais avançados e graves da doença – estágios III e IV. A base da pesquisa foi a partir de análises de dados do DATASUS do Ministério da Saúde.
Um dos principais motivos desse avanço nos casos mais graves foi a pandemia da Covid-19, pois as mulheres deixaram de fazer o exame de rastreamento no momento correto. Para chegar a essa porcentagem, os pesquisadores compararam dados entre 2013 a 2019 e 2020 a 2021 – mulheres de 50 a 69 anos foram a base das análises (essa faixa etária é a de maior risco).
Em 2019, por exemplo, foram feitas 2.658.289 mamografias no serviço público de saúde no país. Em 2020 o número foi 40% menor (1.613.119) e em 2021 foram 2.189.734 exames, 18% menor na comparação com 2019.
Antes da pandemia, os estadiamentos mais agressivos de câncer de mama representavam 40,8% dos casos. Em 2020 e 2021 o número foi de 51,5%. Em 2023, o INCA estima que 73.610 novos casos de câncer de mama serão diagnosticados.
Num outro estudo feito pela SBM, em parceria com a Libbs Farmacêutica, mulheres de diversas idades (total de 3.768 entre 18 e 82 anos, com média de 42 anos) foram entrevistadas através de um questionário na internet para entender o conhecimento, atitude e prática das mulheres brasileiras em relação ao câncer de mama.
Quase que 100% delas (95,7%) acreditavam que o histórico familiar é o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença. Entretanto, apenas 10% a 20% dos casos são hereditários. Cria-se, então, um risco subestimado, pois a população acredita estar protegida e deixa de fazer a prevenção. Por isso é importante a questão da conscientização do câncer de mama.
Sobre o conhecimento de exames, 59,3% das mulheres falaram que o autoexame é a melhor forma de detecção do tumor – ele deveria ser apenas para autoconhecimento do corpo. E isso é mais um motivo de preocupação, já que esperar que um tumor seja palpável significa dar um longo tempo de seu desenvolvimento, o que poderia ser encurtado através do diagnóstico de uma lesão não palpável (exame de mamografia).
Outros números de destaque da pesquisa:
De acordo com o INCA e a partir de 2023, são estimados 74 mil novos casos de câncer de mama no país por ano até 2025, que é o mais recorrente entre as mulheres – excluídos os tumores de pele não melanoma, que é o mais incidente no Brasil (31,3% dos casos), seguido pelo de mama feminina (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).
Quando diagnosticado em sua fase inicial, as chances de cura do câncer de mama podem alcançar 95%. Porém, nesse estágio o tumor se encontra pequeno (podendo ter menos de um centímetro), sendo detectado apenas por exame de imagem, como a mamografia. Por isso é fundamental a ida ao ginecologista ao menos uma vez por ano para que os exames aconteçam periodicamente.
Os dois tipos mais comuns de câncer de mama são o carcinoma ductal, subdividido em carcinoma in situ e o carcinoma ductal invasivo, e o carcinoma lobular, com sua subdivisão em carcinoma lobular invasivo e carcinoma lobular in situ.
O carcinoma in situ é um tumor não invasivo, enquanto que o carcinoma ductal invasivo pode se espalhar para outras partes. Ambos, porém, têm capacidade de desenvolver metástase se não houver o tratamento adequado.
Apesar de raro, o câncer de mama pode começar no tecido conjuntivo – pode ser conhecido também por sarcoma ou angiossarcoma. Outros tipos atípicos/incomuns, são: câncer de mama inflamatório, doença de Paget, tumor filoide, carcinoma medular, mucinoso e tabular, tumor filoide maligno e câncer de mama no homem.
A conscientização da população é primordial, portanto, para a diminuição dos números de casos de câncer de mama. A prevenção e o diagnóstico precoce possibilitam mais opções para controle e cura da doença. Não deixe de realizar exames periódicos e sempre que achar necessário, procure por um especialista. Caso precise, agende uma consulta comigo com hora marcada.