Câncer do colo do útero pode deixar de existir? Entenda

Câncer do colo do útero pode deixar de existir?

No campo da saúde, a busca por soluções para doenças graves é incessante. Uma questão que tem despertado interesse é se o câncer do colo do útero, uma das principais causas de mortalidade entre mulheres em todo o mundo, pode realmente deixar de existir. 

Avanços científicos na busca pela erradicação

Nos últimos anos, avanços significativos têm sido feitos no campo da saúde reprodutiva e no combate ao câncer do colo do útero. Novas técnicas de triagem, como a captura híbrida e o teste de DNA do HPV, têm aumentado a sensibilidade na detecção precoce de infecções e lesões precursoras. Além disso, a pesquisa genética está permitindo uma compreensão mais profunda dos mecanismos moleculares envolvidos no desenvolvimento do câncer do colo do útero, abrindo portas para terapias mais direcionadas e eficazes.

Apesar dos avanços científicos, a erradicação do câncer do colo do útero ainda enfrenta desafios significativos. Um dos principais obstáculos é a disparidade no acesso aos serviços de saúde e à educação sobre prevenção. Em muitas partes do mundo, especialmente em áreas rurais e comunidades carentes, as mulheres enfrentam dificuldades para receber vacinas, realizar exames preventivos e acessar tratamentos adequados.

Barreiras a serem enfrentadas 

Além das disparidades no acesso à saúde, outros desafios precisam ser enfrentados na jornada rumo à erradicação do câncer do colo do útero. A resistência cultural e social à vacinação, a falta de conscientização sobre a importância do rastreamento bem como os sistemas de saúde sobrecarregados são apenas alguns dos obstáculos que precisam ser superados.

 

Perspectivas futuras

Apesar dos desafios, há motivos para otimismo na luta contra o câncer do colo do útero. Com o aumento da conscientização, investimentos em infraestrutura de saúde bem como avanços contínuos na pesquisa médica, a erradicação dessa doença é uma meta alcançável. Educação sobre saúde reprodutiva, campanhas de vacinação em larga escala e programas de rastreamento eficientes são peças-chave nesse quebra-cabeça complexo.

  • Implementação de políticas públicas que visam a equidade no acesso aos serviços de saúde.
  • Investimento em pesquisa e desenvolvimento de vacinas mais acessíveis e eficazes contra o HPV.
  • Promoção de programas de educação sexual e reprodutiva em escolas e comunidades.
  • Integração de tecnologias inovadoras, como telemedicina e inteligência artificial, para ampliar o alcance dos serviços de saúde em áreas remotas.

Em 2023, o Ministério da Saúde lançou uma estratégia para zerar os casos de câncer do colo do útero no Brasil, com ações de prevenção, vacinação e inclusão de teste molecular (PCR) para detecção do HPV no Sistema Único de Saúde (SUS).

O PCR, que identifica de uma forma mais precisa o vírus, é uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Com ele é possível ampliar o rastreio da doença na população feminina entre 25 e 64 anos e reduzir casos graves e mortes. 

Outra ação é elevar os índices de vacinação contra HPV, que apresentaram queda nos últimos anos. A meta é chegar a 90% de cobertura, percentual considerado fundamental para garantir a eliminação do câncer do colo do útero no país. A vacina é gratuita e está disponível nas unidades básicas de saúde. Sua recomendação é para crianças de 9 a 14 anos, além de imunossuprimidos.

Dia de Ação para a Eliminação do Câncer do Colo do Útero

O Dia de Ação para a Eliminação do Câncer do Colo do Útero teve início em 2018 e virou tradição em todo 17 de novembro, reunindo comunidades de todo o mundo. Dois anos depois, com o apoio de 194 países, a OMS lançou a Estratégia Global para Eliminar o Câncer do Colo do Útero como um problema de saúde pública.

Sobre o câncer do colo do útero

O câncer de colo do útero, também conhecido como câncer cervical, é uma condição que afeta as células do colo do útero, a parte inferior do útero que se conecta à vagina. Essas células podem sofrer alterações malignas devido à infecção persistente pelo vírus HPV (papilomavírus humano), principalmente os tipos 16 e 18, que são considerados os mais oncogênicos. Essa infecção pode levar ao desenvolvimento de lesões pré-cancerígenas, que, se não forem detectadas e tratadas, podem progredir para o câncer cervical invasivo.

Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, mostram que o câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre mulheres.

Fatores de risco 

Vários fatores podem aumentar o risco de desenvolver câncer de colo do útero, Podemos citar, por exemplo:

  • Infecção por HPV: a infecção persistente por certos tipos de HPV é o fator de risco mais importante para o desenvolvimento do câncer cervical.

  • Tabagismo: fumar aumenta o risco de desenvolver a doença e pode tornar o tratamento menos eficaz.

  • Imunossupressão: pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos têm um risco aumentado de desenvolver a doença.

  • Início precoce da atividade sexual: mulheres que iniciam a atividade sexual em idade precoce têm maior probabilidade de entrar em contato com o HPV.

Sintomas 

Os sintomas podem incluir, por exemplo, sangramento vaginal anormal, dor durante a relação sexual, secreção vaginal e dor pélvica. No entanto, é importante observar que muitas vezes a doença não causa sintomas em seus estágios iniciais, tornando o diagnóstico precoce por meio de exames de rotina fundamentais para a detecção e tratamento eficazes.

Tratamento

Uma das estratégias mais eficazes na luta contra o câncer de colo do útero é a prevenção. A vacinação contra o HPV é uma medida crucial, pois pode prevenir a infecção pelos tipos de vírus mais associados ao desenvolvimento do câncer. Além disso, exames de rotina, como o Papanicolau (também conhecido como preventivo), são essenciais para detectar alterações nas células cervicais antes que se tornem cancerosas.

O tratamento para a doença depende de seu estágio e pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou uma combinação dessas modalidades. O objetivo do tratamento é eliminar as células cancerosas, assim como prevenir a recorrência da doença.

O câncer de colo do útero é uma doença grave, mas prevenível e tratável. Com conscientização, educação e acesso a serviços de saúde, podemos reduzir significativamente a incidência e mortalidade associadas a essa condição. Investir em programas de vacinação, rastreamento bem como tratamento é essencial para proteger a saúde das mulheres e garantir um futuro livre dessa doença. Por fim, necessita de uma consulta? Faça o agendamento pelo meu site.