HPV e câncer: entenda mais sobre o tema e a sua relação

HPV e câncer: entenda mais sobre o tema e a sua relação

Papilomavírus humano ou simplesmente HPV é uma infecção por vírus causada por Infecção Sexualmente Transmissível (IST). Sua associação com o câncer é conhecida desde 1980, com o câncer de colo de útero (e não é somente com ele essa associação). 

HPV

O HPV geralmente não causa sintomas, mas pode provocar verrugas nas genitais de homens e mulheres, que demoram de seis meses a dois anos para aparecerem. Essa infecção sexualmente transmissível é a mais comum do mundo – a estimativa é de que entre 25% e 50% pessoas do sexo feminino e 50% do sexo masculino já tenham contraído algum tipo de HPV. 

Transmite-se via sexo vaginal, anal ou oral. Usar preservativo na relação ajuda a evitar a doença, mas não anula o risco de contágio, pois os vírus podem se instalar em outras regiões genitais que a camisinha não cobre.

Também há outros fatores correlacionados ao câncer e HPV:

  •         Uso de contraceptivos orais (algumas mulheres que fazem uso são mais propensas a contrair HPV por serem mais sexualmente ativas e terem menos relações sexuais com preservativos);
  •         Tabagismo (o cigarro aumenta a propensão a um tipo de HPV que provoca grande parte dos cânceres de garganta);
  •         Imunidade (há evidências indiretas entre os casos, pois pessoas com imunidade comprometida tendem a ter maior incidência de lesões associadas ao HPV);
  •         Genética (pode acontecer, mas são mais improváveis);
  •         Imunodepressão seja iatrogênica ou por HIV;
  •         Polimorfismos genéticos.

Estudos já comprovaram que em torno de 80% das mulheres do mundo que são sexualmente ativas serão infectadas pelos vírus do HPV – a porcentagem chega ser ainda maior entre os homens. 

Adendo: ter relação sexual com uma pessoa infectada não quer dizer que obrigatoriamente ocorrerá a transmissão (a contagiosidade do vírus é indefinida).

As verrugas ocasionadas pelo vírus podem desaparecer por conta própria – existem tratamentos para eliminá-las –, mas não há cura para o problema. Para o tratamento há possibilidades de pomadas imunossupressoras, ácido tricloroacético (ATA), eletrocauterização, laser e cirurgia.

Como é o diagnóstico?

As lesões do HPV podem ser externas nas regiões genitais e também na bucal, que são detectadas em consulta de rotina com um especialista. Há também aquelas que não são possíveis de identificar a olho nu e precisam ser vistas por Papanicolaou, colposcopia ou até mesmo amostras do colo do útero.

A partir desses exames é possível identificar alterações pré-cancerosas que têm relação com o HPV que precisam de exclusão antes que se tornem câncer.

A relação entre HPV e câncer

Evidências consistentes comprovam que o HPV é um agente causador de diversas lesões benignas (inflamação), pré-malignas (antecedentes ao câncer) e malignas (câncer). O câncer que tem maior associação com o HPV é o de colo do útero – de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o vírus com os seus tipos 16 e 18 está presente em 70% dos casos. Entretanto, os cânceres de pênis, próstata, vagina, ânus, vulva, orofaringe, laringe, boca, garganta e corda vocal também podem ser diagnosticados.

No mundo todo, ainda segundo o Inca, 291 milhões de mulheres são portadoras de HPV – dessas, 32% têm os tipos 16 ou 18, ou ambos. O câncer de colo de útero tem um total de 500 mil diagnósticos. Isso leva a afirmação de que o câncer nessa relação é um desfecho raro – o HPV é um fator necessário, mas não suficiente para o desenvolvimento da doença.

Nos homens a relação está mais presente com o câncer de pênis, entre 30% e 50% dos diagnósticos. Um adendo é de que mesmo os heterossexuais hão elevada prevalência do vírus na região anal.

Existem mais de 100 tipos de HPV, sendo que 13 podem ocasionar câncer e cerca de 40 afetam a região genital. A vacina é uma grande aliada contra o vírus já que ela cobre 90% dos seus tipos que geram verrugas, além de defender o organismo contra o câncer de colo do útero.

Como prevenção, crianças de até 14 anos podem se vacinar nos postos de saúde de todo o Brasil. Na rede privada a vacina é para pessoas dos 9 aos 45 anos de idade.

Cuidados com a saúde são importantes. A sua está em dia? Atente-se não só a questão do HPV, que pode ter relação com o câncer, mas também aos seus exames de rotina.